Abandonar a si mesmo pode matá-lo
By Dr. Margaret Paul, translated by Ingrid FaroMarch 11, 2016
Você está se doando para tentar fazer alguém feliz e seguro? Se você está deprimido, você pode estar abandonando-se para cuidar de uma outra pessoa, o que não é amoroso nem com você e nem com o outro.
Anos atrás, quando em uma excursão para o lançamento do nosso livro, "Terapia do Amor, Não Renuncie a Si Mesmo?" Eu e meu ex-marido fomos jantar com um casal, de amigos dele, na Costa Leste. Conheçendo Allison (não é seu nome real), senti-me conectada a ela quase que imediatamente. Calorosa e receptiva, eu podia ver que ela era uma mulher extremamente amorosa. Por outro lado, seu marido Ken, enquanto obviamente charmoso, tinha um enorme buraco negro no interior que parecia um aspirador de pó sugando a energia de todo mundo. Sua necessidade de atenção era esmagadora para mim.
Poucos meses depois do jantar, ouvi dizer que ela havia cometido suicídio. Eu imediatamente entendi o por que.
Naquele jantar ficou evidente para mim que Allison estava se abandonado completamente para Ken, sempre lhe dando toda a sua atenção e constantemente tentando preencher aquele buraco vazio dele. Ela estava completamente abandonada de si mesma em suas tentativas de assumir a responsabilidade pelos sentimentos dele. O resultado foi que, em vez de Ken curar-se, ele tinha se tornado cada vez mais dependente dela ao longo dos anos, e Allison sentia-se cada vez mais presa e desgastada. Eu não sei por que ela sentiu que não podia deixar o relacionamento em vez de se matar, mas, aparentemente, ela não viu o fim do relacionamento como uma opção.
Eu entendi porque eu estava vivenciando a mesma situação - com o meu marido, meus pais e meus filhos. Eu era a cuidadora de todos, eu estava morrendo lentamente por estar completamente me abandonando e desistindo de mim para cuidar dos outros.
Após 30 anos de casamento e muitas tentativas de quebrar o sistema de codependência, eu escolhi separar-me ao invés de morrer. Desejaria que Allison tivesse feito a mesma escolha.
Hoje eu trabalho com pessoas de todo o mundo, homens e mulheres, que se sentem tão presos pelas necessidades e exigências do seu cônjuge que estão em profunda depressão, muitas vezes querendo morrer. Sentem-se culpados por cuidarem de si mesmos, ao invés de cuidar e tomar responsabilidade pelo seu parceiro. Eles acreditam que são egoístas, se assumir a responsabilidade por seus próprios sentimentos e necessidades, em vez de entregar-se para os outros, e seus parceiros reforçam esta crença, dizendo-lhes o quanto são egoístas se tentarem mudar o sistema de co-dependência.
O que eles não percebem é que continuar a assumir a responsabilidade pelos sentimentos e necessidades dos outros - outros que são completamente capazes de cuidar de seus próprios sentimentos e necessidades (excluindo os bebês, os doentes e os idosos). Está ne verdade perpetuando este padrão, ao invés de estar disponível para amar os outros. Quando fazemos para os outros o que eles podem e precisam fazer por si mesmos, nós estamos incapacitando-os, fazendo com que eles se sintam ainda mais vazios e inseguros. Enquanto o amor cura, esta forma de cuidado não. Amar significa dar suporte a nós mesmos e aos outros em prol de um bem maior, que nunca significa abandonar-se para cuidar de outros que são capazes de cuidar de si mesmos.
Se você se sente preso e deprimido, e você pensa em morrer ou você gostaria que sua esposa ou esposo morresse, então você está abandonando-se, em vez de assumir a responsabilidade por seus próprios sentimentos e necessidades. Se a pressão em você para cuidar daqueles ao seu redor é muito grande, impedindo que você encontre um caminho para cuidar de si mesmo, ou se a sua culpa o impede de cuidar de si mesmo, então a ação mais amorosa pode ser a sua retirada de cena até que você possa quebrar o sistema de co-dependência entre você e seu cônjuge ou você e os outros.
Você tem o direito a ter a vida, a liberdade e a felicidade. Você tem o direito de assumir a responsabilidade para fazer o que lhe traz alegria, ao mesmo tempo dando suporte aos outros fazerem o que também lhes trazem alegria. Você não está no planeta para preencher o vazio interior do outro, e tentar fazê-lo não é amar a si mesmo nem ao outro. Se você se sente preso, considere começar a libertar-se.
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